
Uma alimentação balanceada, rica em frutas, verduras, legumes. Consumo mínimo de gorduras trans. Dois litros de água por dia. Prática esportiva regular, de no mínimo quatro vezes por semana. Moderado uso de bebidas alcoólicas. Abstenção de cigarro.
As afirmações do parágrafo anterior são o que normalmente se ouve do médico para que se possa ter um corpo saudável, com a perspectiva de uma vida longa e menor chance de adquirir doenças decorrentes do consumo de alimentos inadequados ou de hábitos de vida incorretos.
Mas será isso o suficiente para que se possa realmente ter uma vida saudável? Será o bastante para que a pessoa possa se precaver de futuras enfermidades, algumas vezes precoces?
Não! Para ser saudável, toda essa rotina de vida deve ser acompanhada através de um check up médico. A partir de exames complementares, algumas enfermidades poderão ser detectadas, independentemente de se levar uma vida aparentemente saudável.
Disso conclui-se que uma dieta saudável – associada a um adequado condicionamento físico e hábitos sociais moderados, somado a um check-up médico regular – seria a chave para que se possa ter uma vida saudável, sem intempéries e com garantia da tranqüilidade futura?
Novamente, a resposta é não! Absolutamente NÃO! Ainda é o insuficiente. O que fazer então? Como fazer um check-up médico? Onde se deve ir? Qual a especialidade médica a ser procurada? De quanto em quanto tempo tudo isso deve ser realizado?
A ciência médica evoluiu muito nas últimas décadas desde a descoberta dos antibióticos até a dissecção do genoma humano. Os conhecimentos se acumularam geometricamente. Hoje, não se admite mais realizar um controle da saúde baseado em técnicas e métodos antigos, de quando não se dispunha de conhecimento e dos meios para determinar diagnósticos acertados.
A grande revolução da medicina atual está na Medicina Preventiva Baseada em Evidências.
Quando uma pessoa se submete a um check-up médico, muito divulgado nos dias de hoje, em que passa por uma enorme bateria de exames laboratoriais e de imagem, na expectativa de que algo possa ser detectado, é como se fosse procurar uma camisa em um quarto escuro. Assim quanto mais exames fizer, quanto mais procurar, quanto mais portas e gavetas revirar, maior será a chance de encontrar uma disfunção metabólica ou – comparativamente – maior a chance de encontrar a dita camisa.
Excesso de exames é o que se vê. Sem dúvida, um desperdício de tempo e de dinheiro. Basta lançar um olhar sobre a situação em que se encontram os planos de saúde. Os altos custos de exames complementares, realizados indevida e indiscriminadamente, acabam por vezes inviabilizando alguns planos.
Para que possa ter uma saúde monitorada inteligentemente, a pessoa tem que – inicialmente – ser submetida a uma avaliação clínica racional e a um atendimento personalizado. Afinal, cada pessoa é diferente. Há biótipos diferentes, hábitos de vida particulares. Não é possível enquadrar todas as pessoas em um mesmo e único protocolo de atendimento.
Tudo isso é iniciado com um exame clínico minucioso e detalhado. Assim, é possível detectar quais as fragilidades em termos de saúde, quais são as limitações e – principalmente – quais são as predisposições genéticas da pessoa.
A partir da análise das tendências genéticas da própria família, será possível avaliar a tendência de a pessoa ter, ou de vir a ter, determinadas doenças.
Com o mapa genético teórico preenchido, pode-se partir com racionalidade para a solicitação de exames. Agora sim, esses exames complementarão as informações e, dessa maneira, focarão com maior nitidez a saúde individual, possibilitando a programação de reavaliações periódicas, baseada na eventual predisposição a determinadas patologias.
A partir de providências e de evidências, a situação ficará mais clara, lógica e racional para prevenir determinado grupo de doenças. Com a luz acesa, ficará mais fácil localizar a camisa. A saúde ficará mais protegida a curto, médio e – principalmente – a longo prazo.
Antonio Levi Afonso Hirt
Médico, cirurgião do aparelho digestivo, especialista em gastroenterologia, mestre em cirurgia, professor do curso de Educação Física da Faculdade Dom Bosco.
fonte: site da faculdade DOM BOSCO CURITIBA - PR...
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